TV e criança: a hipocrisia dos pais

Freerangestook
Como escrevi no post anterior, a Tela Viva News noticiou que, conforme uma pesquisa, 60% das mães acham importante assistir TV com os filhos.

Mas isso significa também que 40% não acredita nisso. Não é um número pequeno.

A televisão é que nem relação mal resolvida: no coletivo senta-se o pau, mas, na intimidade das quatro paredes, somos entregues a sua lascívia.

Mesmo mantendo com a TV uma dependência clara e visível, dependência que não passa desapercebida pelas próprias crianças, os adultos insistem em demonizá-la, em uma grande generalização. Insistem no jargão "faça o que eu falo e não o que eu faço", ficando horas na frente da televisão e pautando sua vida pelos conteúdos nela veiculados.

Na realidade, não há problema nisso. A televisão é parte importante da vida e da cultura nacional. O problema é querer negar à criança que não é isso. Portanto, é hipocrisia.

Estou falando de TV, mas se encaixa muito bem na sua relação com a internet.

Uma paranoia dos pais, o limbo entre o que é a TV, inferno e o céu. A sua relação com a televisão depende muito mais da conveniência do que da convicção. Se precisa que a criança dê sossego "vá ver televisão". Mas se ele é mau educado, ou sedentário, ou a consciência fraterna pesa por qualquer outra coisa, "larga essa televisão, que é quem está ensinando a coisa errada".

Imagina a cabeça da criança: afinal, a TV é boa ou ruim? Porque é boa para os adultos (que passam horas à sua frente), é boa para as crianças hoje de manhã e ruim agora a tarde? Porque os programas são ruins se os pais passam tanto tempo discutindo sobre seu conteúdo?

Seria muito importante para os pais lembrarem que não existe um só tipo de TV (assim como jornal, rádio, revistas...) e que, algumas, sim, devem ser evitadas pelas crianças. Essa é, inclusive, uma das funções dos pais, separar o que é bom e o que é ruim a ser apresentado para seus filhos.

É, inclusive, o que eles também esperam dos seus pais.

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