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Mostrando postagens de 2019

Latanet: Comunicação e Educação na lata!

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  Documentário 'Educomunicação na prática: a experiência do Projeto Latanet', de Luiz Chinelato O Projeto Latanet foi um marco para a educação de Belo Horizonte, no final do Séc. XX e primeiros anos do Séc. XXI. A provocação do seu sugestivo nome era no sentido de tentar unir o artesanal, a sucata, o desprezado, com o que, naquele momento, havia de mais moderno, a tecnologia digital como propulsora dos novos tempos da comunicação. E tudo isso em favor da Educação. É daqueles programas que nos cabe duas perguntas: porque parou e o que podemos fazer para não perder seu legado? (Me ocorre uma terceira: nestes novos tempos de praguejamento à educação progressista e às mídias, concomitantemente, não seria uma boa pensarmos um projetos que tratem a educação e a comunicação com a devida consideração?) O Latanet surge em uma época de efervescência de projetos educativos que utilizavam a comunicação audiovisual como instrumento de atratividade, disrupção com a educação formal t

Robôs rebeldes vão cuidar da sua saúde

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Imagem de Gerd Altmann por Pixabay  - Alô? Oi, acabei de analisar seus exames e seu histórico médico e há 95% de chances de ser apenas uma gripe. Assim, você tem 58% de chance de cura com este medicamento e 62% se usar este outro medicamento. Tenha um ótimo dia e qualquer coisa me retorne a qualquer hora. Meu plantão é permanente! Essa é uma mensagem da Inteligência Artificial (IA) do seu plano de saúde que não está muito longe de acontecer. Não mesmo! E ela é até conservadora, como veremos. Volto ao assunto da IA apenas duas semanas depois de ter escrito sobre, mas a notícia que a China eliminou dois robôs que se rebelaram contra o comunismo é boa demais para passar em branco! É melhor ler a reportagem na origem , mas basta para atiçar a curiosidade citar que um mostrou desejo de mudar para os EUA e o outro, ao ser provocado com um "Viva o Partido Comunista", retrucou na lata: "“Você acha que um sistema político corrupto e inútil pode sobreviver por muito tempo?

Professores disputam tempo e atenção com a tecnologia, mas podem ganhar o jogo

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Educadores retreinam a sua mente (e a dos alunos) a partir de sua própria experiência. Crédito: Imagem de John Hain por Pixabay O que o negócio dos aplicativos pode ensinar para a educação formal? Bem, ele disputa entre si o que nós temos de mais valioso: nosso tempo, nossa presença e a nossa atenção. Não é o que também reivindicamos nas salas de aula? Então, dá para competir? Sim, acredito que sim. É preciso repensarmos nossas práticas de ensino, mas se utilizarmos o que já se faz de bom, e olharmos para as novas tecnologias de maneira desarmada, aprendendo com elas, talvez dê para reverter e até ganhar o jogo. Mas vamos por partes: de fato, o que temos de mais valioso, tanto para nós como para o mercado de consumo, não é a grana.  Criamos o dinheiro apenas para facilitar a barganha. É difícil trocar meu tempo pelo seu, minha pessoa por sua pessoa e minha atenção pela sua (conforme a interpretação que temos de nós mesmos, são bens e valores intangíveis e altamente voláteis,

Quem tem medo da Inteligência Artificial?

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Imagem de Gerd Altmann por Pixabay Eu. E estou em boa companhia: Stephen Hawking tinha, Bill Gates, Elon Musk têm. Estão convictos que a Inteligência Artificial (IA) pode, simplesmente, nos tornar obsoletos e concluir que atrapalhamos mais do que ajudamos. Sim, é o mesmo enredo do Exterminador do Futuro, e esses caras que entendem muitíssimo de tecnologia e as suas relações com a Humanidade. E, sabemos quando acessamos diversos aplicativos e assistentes virtuais que não se trata mais de ficção científica. É caso de pânico? Não. Ainda. Porque é preciso que pensemos nela sempre, para que possamos construí-la, direcioná-la, e, principalmente, submetermos à regulação o quanto antes. A boa notícia é que já passamos por momentos semelhantes e saímos melhor no longo prazo. O problema é a velocidade... Seguinte: de fato, estamos dando uma daquelas viradas de página da Humanidade. Aconteceu, entre outras, com a pedra lascada, a agricultura, depois com as revoluções industriais. Em algu

A vilania em A Dona do Pedaço pode pedir música no Fantástico?

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Estes marcaram golaços nos minutos finais... Crédito: Divulgação TV Globo Eu gosto de TV. E, no Brasil, gostar de TV significava, até pouco tempo, gostar também de novela. Bem, eu perdi o gosto há um tempo, mas costumo voltar, de vez em quando, para me lembrar porque é mesmo que parei de gostar. Fui, então acompanhar o último capítulo da A Dona do Pedaço (os melhores capítulos são sempre o primeiro e o último). Fique abismado: não é que TODOS os grandes vilões se deram muito bem no final? Tá certo que o mundo não é mais tão bem e o mal, separadinhos, mas daí todos se safarem, e ainda no lucro? Onde esses roteiristas estavam com a cabeça? Vejamos... Rapidamente: um assassino profissional (portanto, já em débito), mata um motorista e um policial e termina nos braços da amada em uma praia paradisíaca. Uma estelionatária de primeira grandeza não só não paga por seus crimes, como tem um upgrade na carreira e vira, ela própria, uma assassina profissional, por sinal, bastante eficiente

O Mamute e o Tigre: a fábula de uma TV em mutação

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Faz de conta que o Mamute é a TV e o Tigre é a Internet: estão achando melhor entrar em acordo, não? Imagem de Michi-Nordlicht por Pixabay "A televisão é um elefante rumando para o cemitério, mas, até chegar lá, ainda vai derrubar muita mata pelo caminho". Essa frase é de Walter Silveira, me relatada pelo mestre e amigo Gabriel Priolli. Somo a essa lembrança uma mais recente, de outro amigo, e agora meu mais novo mestre, Fabiano Pereira, quando apresentou dados de que o elefante continua seguindo em frente. No entanto, penso que talvez a melhor metáfora seria usar o mamute: também caminhou para o seu fim, mas, antes que acontecesse, deu bases o moderno elefante, um novo ser, mais forte e mais adaptável, com características e habilidades copiadas de outros seres com quem convivia. É a lei da evolução também acontecendo nas tecnologias de comunicação em massa. Isso não faz com que Walter, profissional de longa data da televisão brasileira, passando pela TV Cultura de Sã

Como um email mudou o mundo há 50 anos!

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A Internet mudou o mundo com você dentro! Imagem de Pete Linforth por Pixabay Há exatos cinco décadas atrás, o mudou começou a mudar de tal maneira que não o reconhecemos mais sem essas mudanças. Não, não estou falando da chegada do homem na Lua. Foi muito mais importante: duas letras transitaram entre dois computadores, um protozoário de um email, e a célula que iria se transformar no monstro angelical fez a sua primeira divisão: estava criada a Internet! Já defendi aqui o quanto a pisada da humanidade na Lua foi importante, ao mesmo tempo que desprezada. Mas não é possivel nem brincar de comparar. Afinal, os astronautas foram só mais cinco vezes no nosso satélite, encerrando as atividades turísticas cósmicas em 1972. Já a Internet, convenhamos, dominou o mundo neste tempo. Ou melhor, as pessoas sobre ele. E não deixo de ficar impressionado: foram só 50 anos! Quantas gerações a agricultura, a revolução industrial, a eletricidade levaram para conquistar o mundo? Já essas cinco

Socorro! Os jovens estão desistindo! (ou Deem-lhes asas, não tijolos!)

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O que estamos fazendo (hoje) para ajudar os jovens? Crédito: Paixabay Que mané sobre cinema o quê! O grande escândalo que foi noticiado e que deveria ter chamado a atenção no Enem passou desapercebido: 30% dos formandos da escola pública não se inscreveram no Enem! Se somar com aqueles 40% que não concluíram o Ensino Médio , de fato temos uma minoria de jovens de 19 anos, especialmente nas classes vulneráveis, que disseram algo como "estudar não é pra mim!" Para quem gostou de comentar sobre o tema da redação do Enem de 2019, aviso de spoiler: estamos nos créditos iniciais de um filme catástrofe! Amplio a angústia daqueles que já notam mais um dos fatores do alargamento da indecente desigualdade social: 95% dos alunos das escolas privadas disseram presente para o Enem. E ainda falta apurar se, dos 23% que desistiram no primeiro dia (mais de 1,2 milhão!!!), qual a porcentagem era das escolas públicas. Mas, daí, nem sei se importa mais tanto! Caramba, são Jovens! Desi

Enem e BH: excelência de ensino ou um show de quem vai ser o dono da rua?

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Belo Horizonte tem o maior número de escolas no ranking do Enem: o que a capital mineira tem de especial ? Imagem de Gerd Altmann por Pixabay Já escrevi algumas vezes sobre meu incômodo pela disputa das escolas para estarem bem posicionadas no ranking do Enem. Volto ao assunto, dando continuidade as indignações sobre o caso do Colégio Magnum , no post anterior, que me pareceu um dos perversos efeitos colaterais do mal que minha cidade sofre: por que justamente Belo Horizonte concentra tantas escolas bem ranqueadas? Uai, isso não deveria ser motivo de orgulho? À princípio, sim. Mas fui desconfiando ao longo desses últimos anos. Assunta daqui, assunta dali, não consegui ver o padrão de qualidade associado, por exemplo, ao que acontece no Ceará, onde uma política de estado (e não mais de governo), parece ter colocado a Educação como uma prioridade. Não à toa, Fortaleza emplacou seis escolas dentre as 50 em 2018.  É o mesmo número de escolas de São Paulo, o que também faz sentid

Colégio Magnum é uma nova Escola Base? E a fácil arte de não aprender!

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Colégio Magnum (BH) e Escola Base (SP): 25 anos as separam no mesmo esporte cruel de acusar sem checar. Imagem de kalhh por Pixabay Condenaram uma escola e seus profissionais do mais cruel e nojento crime contra crianças. Viu-se que não haviam provas. Não, não é o caso da Escola Base , em 1994, que acabou socialmente com a instituição e parte de seus educadores. Aconteceu em 2019! Pior, há conotações comerciais cínicas, de disputa de um mercado e interesses publicitários, num contexto onde o que menos importa são os estudantes. Tudo isso, sim, é que é cruel e nojento! Do princípio: há duas semanas, no domingo (dia de maior leitura), em Belo Horizonte, estamparam-se fotos imensas de uma escola tradicional da região nordeste, com manchetes do tipo "polícia investiga abuso sexual de aluno de três anos no Colégio Magnum". Isso mesmo, nada de "suspeita de" ou algo do gênero. Seguiu-se previsível show midiático nos dias seguintes, na mídia em geral. Na quinta-feir

Quem aí acha que a tecnologia está nos fazendo trabalhar mais, levanta a mão! (mas cuidado para não deixar cair o smartphone!)

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Se estamos trabalhando mais com as novas tecnologias, estamos fazendo uma heresia! Crédito: Pexels por Pixabay Tecnologia é a invenção da Humanidade para que ela trabalhe menos. Eu sei, parece piada. Hoje. Nesse século. Mas não era assim. Então, taí um bom motivo para pensarmos sobre o que fazemos com as novas tecnologias, principalmente as ligadas a Comunicação. Desde as primeiras pedras lascadas, quando começamos a subir da série D para o topo da série A na cadeia evolucionária e alimentar, o objetivo era diminuir ou substituir nosso esforço para realizar uma determinada tarefa. Cria-se um aparato que fosse uma extensão de nós mesmos, mas ainda melhor, mais eficiente e fizesse o bagulho em menos tempo. Ao invés de rasgar a pele dos animais com as próprias mãos, melhor usar a lâmina de pedra. O resultado é uma proteção ao frio mais rápida, mais limpa, e um tempinho a mais para dormirmos aquecidos. E posso repetir o processo, sem ter que lascar outra pedra. O lado B da história