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Mostrando postagens de outubro, 2020

70 Anos da TV Brasileira: Outras Telas - Episódio #6 - TVs Universitárias

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  Casa da Árvore: programa infanto-ecológico produzido pela TOP Cultura. Fonte: arquivo pessoal (2000). Nos sinais abertos da televisão brasileira, legalmente, só temos dois tipos: as comerciais e educativas. Nessa série, que homenageia os 70 anos da TV no Brasil, o objetivo era justamente não falar dessas duas, já bem tratadas nos documentários comemorativos, como se fossem as únicas existentes. Aqui se prova que a diversidade da nossa televisão é muito mais significativa do que os programas de auditório. A própria dicotomia comercial/educativa já esconde uma dessas facetas da variedade nacional quando lembramos que a primeira TV educativa era também uma TV Universitária. Esse é um tipo de emissora que iria crescer, sem parar, a partir da Lei do Cabo (8.977, de 1995) e da internet. E tudo começou lá mesmo em 1968... A TV Universitária de Recife, ainda muito ativa, já escancara em seu nome a ligação com a Universidade Federal de Pernambuco. Seria a primeira de uma série não muito lon

70 Anos da TV Brasileira: Outras Telas - Episódio #5 - TVs Legislativas

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Taí a verdadeira rede de TV que mais cresce no Brasil. Imagem: Astral (site)   Não é fácil entender, mas o mais perto que a TV brasileira chegou de ser um veículo de massa democrático e pleno foi justamente a televisão feita pelos políticos. Por incrível que pareça, as TVs Legislativas têm um papel fundamental na democratização da comunicação e na valorização aspectos da nossa indústria, com a produção de conteúdo e a diversidade da programação. E, quase que imperceptivelmente, mudou a história da cobertura política, não só em Brasília, mas em vários rincões que puderam contar com sua TV Câmara Municipal. Essa faceta um tanto desconhecida dos 70 anos da TV brasileira é apenas uma nessa trajetória que faz da televisão nacional uma história única no mundo. Uma televisão que ninguém assiste, mas que todos já viram! A TV Legislativa, ao se propor exibir as plenárias e reuniões, se transformou na fonte primária no que, anteriormente, era mediado por uma série de agentes nem sempre confiáv

70 Anos de TV Brasileira: Outras Telas - Episódio #4 TVs da Floresta

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TV Rosário em Rosário Oeste (MT) é TV raiz! Foto: Elvira Lobato (2017) Só no Brasil é que nos damos o luxo de ter TVs no estilo velho oeste: onde a regra é o fora-da-lei, onde os bravos e espertos mandam e onde a aventura é a marca do empreendedorismo. E o que deveria ser uma exceção nada mais é do que o aplicado em 59% do território nacional: são as televisões que estão dentro da Amazônia Legal e que funcionam com regras muito distintas daquelas emissoras tradicionais. Nos 70 anos da TV brasileira, é mais uma parte da história que é ignorada nos documentários onde predomina apenas a parte glamorosa dessa trajetória. Mas a história marginal da televisão nacional é tão rica quanto as biografias das TVs Tupi, Record, Cultura e Globo... Talvez até mais, pois configura uma diversidade de tipologia que nenhum outro país conta. E, claro, misturar televisão com a Amazônia é só aqui que se faz, ainda mais com o grau de maluquice com que acontece. Mas essa história, por mim, aqui, é muito m

70 Anos de TV Brasileira: Outras Telas - Episódio #3 TVs Comunitárias

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TVs locais e 'Comunitárias' representam as incongruências do Brasil. Imagem de Broadmark por Pixabay   Que o Brasil é criativo, sabemos! Somos especialistas em neologismos. Ou melhor, malandramente damos novos significados bem distintos às palavras, numa espécie de economia criativa da língua portuguesa. Os 70 anos da história de TV brasileira costuma só se referir há um glossário binário, que elenca TVs comerciais (em majoritária medida) e, marginalmente, as TVs estatais, elas já, equivocadamente, chamadas de 'educativas'. Mas dessas, falaremos depois, pois nos interessa aqui as TVs Comunitárias brasileiras que, raramente, poderiam ser chamadas assim, pois de comunitárias nada tem. Ao contrário, servem de instrumentos político-partidários ou de loteamento eletrônico, vendendo espaço. Ou ambas! Querem da comunidade apenas uma audiência que se transforme em clientes para os anunciantes ou votos na próxima eleição. E trabalham fora da lei! Mas como esse não é um país