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Mostrando postagens de fevereiro, 2020

Ah, se não fosse a tecnologia a gente era comida de tigre-dente-de-sabre!

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Mais de 100 anos para dois segundos e meio? Imagem de annca por Pixabay Da série 'Sem tecnologia, não seríamos nada!' Pois é, me surpreendi ao ler na seção Última Página, da Superinteressante de fevereiro de 2020: mesmo depois de 124 anos, a diferença do recorde olímpico dos 100 metros no atletismo é de apenas 2 segundos e 37 centésimos. Ou seja, menos tempo que você gastou lendo essas linhas. O que quero dizer com esses números: que, sim, o que fez a gente sair da série D da natureza e ficar no topo da escalada evolucionária no planeta é a nossa capacidade de argumentar, raciocinar, fazer ciência ( logos ) sobre nossas técnicas ( techne ). Porque, se fosse depender desse corpinho frágil, já tínhamos sido extintos há um tempo. É isso mesmo, nós somos, no campeonato da natureza, uma espécie de Ibis, aquele time de futebol que apanha de todos os demais. Se a gente for fazer uma comparação, dá dó: somos fraquinhos a ponto de mal conseguir levantar metade do nosso peso, su

Sobre Cashless, Unicórnios e nossa vocação por fantasias.

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O mundo caminha para ficar sem papel moeda, mas cheio de unicórnios. CC0 Public Domain A Suécia e a Noruega - sempre eles, lá do norte gelado - mais a China - também à frente nas locomotivas da inovação tecnológica -, indicam que vão parar de usar dinheiro em espécie, movimento convencionado com mais uma palavrinha em inglês (porque a gente é chique): cashless! Fora modismos semânticos, o fenômeno do mundo sem papel moeda, para os nerds, não tem nenhuma novidade. A ficção científica - tipo Jornada nas Estrelas, não Guerra nas Estrelas , que fique claro - já previa isso há muito tempo. Mas também não é novidade para nós, certo? No semáforo, os vendedores ambulantes já tem dependuradas as máquinas de cartão. Como na Suécia , as igrejas já recebem dízimo via celular. Nos bares, já pagamos com créditos. E, vamos confessar, pouquíssimo de nosso rendimento passa pelas nossas mãos. Na esmagadora maioria das vezes, é só uma troca de números digitais, caindo na noss

e-Contos Icônicos: A Chamada

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Imagem de Alexander Lesnitsky por Pixabay  - Triiiiiimmmm! Era o telefone. Um rosto apareceu na porta do corredor. Saia do banheiro. - Triiiiiimmmm! - Tocou de novo! Já estava de corpo inteiro, na porta da sala. Olhou para o aparelho. Daqueles antigos, rebuscado como uma igreja barroca, rococós até onde a vista alcançava. Herança de família. A mãe guardara da avó, que tinha deixado para 'a casa do meu neto'. Acabara de chegar com ele debaixo do braço, ainda embrulhado pelo pano de prato de vaquinha. Ele se divertiu, pois certamente a avó nem imaginaria que, quando parasse em suas mãos, telefone fixo era uma espécie em extinção. "Vai ficar exposto como peça de decoração, uma lembrança da vó", pensou. Nem se deu ao trabalho de ligá-lo. - Triiiiiimmmm! Verificou o fio, que saia dependurado do paninho. De longe, como se o aparelho pudesse lhe surpreender com um bote. Olhou aquela tomada típica de telefone na parede. Impassível, estava ela. Completamente aband