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Mostrando postagens de 2017

Lixo pode e deve ter Gestão Social, para não nos afogarmos nele

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Lixo urbano na Indonésia. Foto: Wikimedia /CC in: Observatório da Imprensa Vamos nos afogar em lixo. Essa é a impressão que eu tenho. No início dos anos 1990, quando morava nos EUA, me assustava muito a quantidade de resíduos sólidos que as residências produziam diariamente . No Brasil daquela época ainda havia muito do granel, sem ênfase nas embalagens, com um lixo com características mais orgânicas. Achava que a gente era mais avançado ecologicamente! Ledo engano. Éramos só atrasados na sociedade de consumo. Tudo tem que ter embalagem para maximizar o processo de produção e distribuição, para atrair consumidores por aspectos não inerentes ao produto, e para outras vantagens do varejo que não tenho competência para opinar. Aqui interessa apenas saber que o tal 'progresso tecnológico' está nos afogando em lixo. Como se o excesso de embalagens já não fosse o suficiente, o lixo eletrônico segue a mesma toada. Os fabricantes de TV querem que troquemos de aparelho a cada t

Pare de olhar seu celular: não somos multitarefas

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Você pode estar parando seu raciocínio 80 vezes por dia! O motor não aguenta.... Crédito: pixabay CC0 Public Domain Quantas vezes você olhou no seu celular hoje? Pode desconsiderar aquelas olhadas para ver as horas. Conte apenas quando teve que desbloquear, porque aí você estava motivado para fazer alguma atividade que exige mais atenção. Então? Chute alto. Umas vinte vezes? Pois saiba que os brasileiros conferem seus celulares 78 vezes em média, por dia. Agora imagine qual seria o desgaste do seu carro se você ligasse e desligasse ele nessa média diária? Você acha que quem é mais forte, seu cérebro ou o sistema de ignição do seu veículo? Esqueça essa conversa fiada de que somos multitarefas. Nosso cérebro é uma parte de nossa fábrica totalmente desproporcional quanto ao seu custo energético: ocupa 2% da área, mas consome de 20 a 25% da energia. Além disso, se você acredita que ele está ali para você guardar o que de legal você leu para depois usar na entrevista de emprego ou pa

Educação Infantil e Novas Mídias

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Página da Cartilha Formação de Professores em Linguagem Digital para docentes de Educação Infantil.   Tenho a impressão que o único segmento da educação brasileira que tem dado um certo orgulho é o da Educação Infantil. Não estou nas salas de aula pelo país, e minhas impressões são restritas ao meu nano ambiente e aos dados estatísticos que, porventura, chegam às minhas vistas. Portanto, pode ser uma visão enviesada ou, talvez seja a resposta, a Educação Infantil é fonte de esperança para os educadores tristes como eu e, desta maneira, ao ver ou imaginar crianças brincando, sem a ditadura de um currículo acachapante ou de professores pressionados a dar resultados estatísticos, ali está uma utopia para a educação como um todo. Fato é que, incentivado pela então mestranda Fernanda Câmpera Clímaco, que dedica a sua vida à educação infantil como um todo - ajudando professoras, gestores e alunos, pude entrar mais nesse mundo, ainda um ambiente de aprendizagem um tanto puro de neur

Oba! Acabou o ranking do ENEM!

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Classificação do MEC era controversa, mas atendia um fetiche das escolas Imagem Pixabay CC0 Public Domain "Primeirão!" Então, não é de hoje que queremos ser o primeiro. Desde criança, estar à frente era algo desejável. Fora as questões antropológicas, sociais e psicológicas do porquê desta necessidade, e que nos é inerente, o importante é que a Educação deve ser a prática que nos coloca de volta aos eixos, neste caso de que só um pode ser o primeiro e que os demais não devem ser depreciados por conta disso. E que ser o primeiro tem um custo alto e, em grande parte, pouco prazeiroso e satisfatório fora aquele momento de levantar a mão, cruzar a linha final ou aparecer no topo da lista do ranking. Bem, deveria ser a prática da Educação, pois não parece ser o caso de muitas escolas por aí, focados na fita de chegada. Isso, tudo isso para comemorar a decisão do MEC de não mais divulgar uma lista com as escolas que tiveram alunos com as maiores notas no Exame Nacional do En

Enem e um Colégio Militar

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Edição que traz resultado de uma pesquisa sobre o ENEM e o impacto em um colégio militar. O Enem é uma prova de que o inferno está recheado de boas intenções. O Exame Nacional do Ensino Médio surgiu cheio de boas ideais. Primeiro, criar uma métrica no país que pudesse servir para substituir os defasados vestibulares. Como uma consequência positiva, servir também de parâmetro para outros processos de seleção, como bolsas e estágios. E o melhor de tudo, aproveitar que se vai mudar o paradigma de entrada no ensino superior, mudar também o paradigma de avaliação: que tal cobrar menos conteúdo estanque de apostila e mais raciocínio, conexões entre o conhecimento e a realidade, aplicação real daquilo que é dado em sala de aula? A ideia era ótima, mas, ao que parece, uma boa parte deu errado. O que era para revolucionar o ensino virou cartilha para sobreviver a uma corrida maluca para uma vaga em uma universidade, preferencialmente pública. Se antes do ENEM só víamos nos cursinhos pré-

Pós-verdade tem pouco de pós e muito de humano

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Quem acha que pós-verdade é algo novo, devia ler esse clássico A palavra da moda é a "pós-verdade". Em 2016, o Dicionário Oxford a elegeu ( post-truth ) como a de maior destaque do ano. Para os britânicos, é um adjetivo e, portanto, precisa de um substantivo para puxar o saco ou denegrir. Mas, tal a quantidade de artigos e debates que tem sido alvo, a palavrinha tem se destacado mais como um nome próprio (estaria, ela mesma, virando uma pós-verdade?). E, geralmente, está intrínseca a algo moderníssimo, criado pela sociedade da informação e pela profusão das mídias sociais eletrônicas. E pela guinada à direita da humanidade, que agora sufoca a verdade através de suas manipulações. E que estamos, portanto, a beira do abismo ao entrar em uma nova era, a era da pós-verdade. Bobagem. A tal pós-verdade sempre existiu, é inerente ao homem e gostamos bastante dela, sendo de esquerda ou direita. O que é verdade é que, realmente, é um adjetivo: o homem é pós-verdade! Segundo Ox

Atletiba e outros contos da TV X Futebol

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Não rolou! Mas não é de hoje que cartolas têm uma relação errada com a TV. Será que a coragem paranaense pode mudar o jogo? Crédito: site do Coritiba . As equipes de futebol do Atlético-PR e Coritiba se recusaram, mesmo diante de 20 mil pessoas, a disputar o clássico, conhecido como Atletiba. Tudo isso por causa do YouTube. Será tal ato de coragem o inicio de uma revolução, digna da transposição do mundo analógico para o digital? Só o tempo dirá se é uma esperança ilusionista ou mesmo um marco para a democratização da comunicação esportiva. O histórico não é favorável e tenho algumas pequenas histórias para ilustrar. Mas, também eram outros personagens, e em outros tempos. Será? Primeiro, a história mais atual e impactante. Os dois principais times do Paraná, e também da elite do futebol brasileiro, Atlético-PR e Coritiba, iriam jogar neste domingo, dia 19 de fevereiro. Que beleza, torcida compareceu, um clássico de grande rivalidade, início de ano propenso a essas disputas loca

Será que a 2a. tela já caducou?

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Netflix e novo controle mudam (ou reforçam?) os hábitos de ver TV. Crédito: Pixabay CC0 Public Domain Lembrando: é um senso comum que a TV agora funciona com (ou como) uma segunda tela. Ao assistir, um outro dispositivo (smartphone, tablet, netbook) estaria aberto com outra tela, com conteúdos complementares e/ou aplicativos de relacionamento digital. A pergunta agora é: afinal, a tal 2a. tela está correspondendo ao que acreditamos que ela faria? Já tratamos da segunda tela em diversas ocasiões, graças a dados de estudos, como a Pesquisa Brasileira de Mídia , a próxima entrada da TV Híbrida e em um amplo artigo publicado em 2015, entre outros momentos. O que há de novo (se bem, que nem tanto) é a confirmação, de um lado, do sucesso de plataformas de conteúdo assinadas, como a Netflix e Globoplay, mas, do outro, que as pessoas querem continuar assistindo televisão da maneira, digamos, 'clássica'. Que maneira seria essa? Ora, simplesmente ligando o aparelho televisor

Alike Rubem Alves

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Uma pausa para assuntos e textos muito longos, para se encantar com a animação "Alike", de Daniel Martinez Lara e Rafa Cano Méndez, vencedor de nada menos que 64 prêmios. Acabei de ler uma biografia do enorme Rubem Alves. A biografia não é lá essas coisas, mas serviu para lembrar do mestre. Tenho orgulho em dizer que fui um dos milhares de educadores que mudaram sua vida pessoal e profissional após suas palavras. Mas Alike traduz muitíssimo bem qualquer coisa que eu possa dizer sobre esse ser humano fantástico, que dedicou a sua vida para melhorar a visão de vida dos demais seres humanos.

Robie e os robôs do bem

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Rosie dá um tempo nos Jetsons e agora caça políticos em Brasília: o sistema de IA teve o nome inspirado na personagem de Hanna Barbera. Crédito: divulgação Sinto que, recentemente, a ideia das máquinas pensantes criadas pelos homens têm criado uma apreensão maior entre as pessoas. Os motivos para tal angústia podem vir desde a atual onda conservadora, que responsabiliza tudo que é moderno como um mal para a sociedade, até a ampliação da conscientização do que os sistemas robóticos já nos tiram de autonomia, como as escolhas que o Facebook têm feito para selecionar o que, supostamente, achamos mais relevante. A ficção ajuda. Não são poucas as produções cinematográficas que colocam os robôs como vilões. No entanto, também não faltam àquelas onde eles são os mocinhos. Que tal também olharmos para esses bons exemplos? Um maravilhoso robô do bem tem sido a Rosie, que tem deixado preocupados políticos do Brasil todo. Como deixar político preocupado é sempre uma coisa boa, taí um bom