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Mostrando postagens de julho, 2021

Inteligência Artificial encontra Clarice e Fernando

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  Tomando umas com Lispector e Pessoa . Imagens de waldryano por Pixabay Na minha imaginação, encontro Clarice Lispector e Fernando Pessoa levando um papo. O lugar é bastante indefinido. Obviamente, me parece um bar, nem sofisticado, nem copo sujo, um do tipo de mesa de calçada, mas com o cuidado de não ter cadeiras de plástico. Fico olhando para os lados, na tentativa de definir se é o Céu - ambos mereceriam, certo? - mas também me parece indefinido. Afinal, a relação que ambos tinham com o Poderoso era um tanto complexa, mas também não era de negação. Quem sou eu, anos-luz dos milhares de especialistas em suas obras, para entender! Dou os ombros, humilhado. Sento-me numa mesinha ao lado, que também sei o meu lugar. E assumo aquele ouvido em pé de ficar escutando a conversa 'dosotro', que não seria da minha conta. Não me importo, ambos falam de Inteligência Artificial, assunto que nos interessa aqui.  Uma coisa boa na literatura é que nos permite sonhar. Esse terrível clichê

Multiprogramação na TV: mais uma intenção a caminho do inferno

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  Sobre granjas e demônios: superando em metáforas para explicar a multiprogramação. Imagem de Clker-Free-Vector-Images por Pixabay  A ideia da multiprogramação era fantástica. Com a TV analógica, tínhamos, quando muito, meia dúzia de emissoras de TV no sinal aberto, aquele que a gente não precisa pagar para assistir (o almoço é por conta dos anunciantes). Com a digitalização do sinal, por baixo, poderíamos ter umas vinte emissoras, dando à população uma variedade, se não tão grande, mas com opções do tipo que os assinantes de TV paga têm. Ainda com vantagens a mais: por ser eminentemente local, abrir-se-ia canais de comunicação audiovisual - de forte impacto, sabe-se - a segmentos excluídos dos meios tradicionais. Organizações comunitárias, sistema educacional, entidades culturais, eventos esportivos e artísticos locais, todos poderiam ter suas emissoras ou aparecerem em novas telas, oferecendo um conteúdo inédito ao seu público e a um público potencial. Pode-se imaginar a cobertura

Manifesto Cringe: vão plantar batatas!

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"Ai, foto de gatinho é tão cringe!" Imagem de Сергей Корчанов por Pixabay  Sei que não é comigo, é treta entre os millennials (turminha que nasceu entre 1978 a 1995) e a geração Z (entre 1996 e 2010). Pode ser um problema geracional familiar (meu filho é Z e, às vezes, gostaria de mandá-lo a PQP!). E pode também até estar já fora de moda, já que a efemeridade destes tempos é tão grande que até a palavra cringe já virou cringe. Mas como um legítima raspa de tacho dos Baby Boomers (1946-1964), não consigo me calar perante os desatinos que essa atual batalhas de (falta de) sexo dos anjos. Ainda mais que, o que se discute, repercute na minha geração, talvez a primeira a acusar as anteriores de 'cringe', na época com a muito mais simpática palavra 'cafona'. É que essa turma mal saída dos cueiros desvirtuou todo o sentido do que é um bom conflito de gerações. Assim, quando a rapaziada se arvora de desmerecer as tropas anteriores, o desejo é mandar esse pessoal ver