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Mostrando postagens de julho, 2013

MTV sai do ar e entra na história

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A MTV sai do ar em outubro. Só vai estar disponível para assinantes. Uma enorme perda para a TV aberta. E uma tristeza para a história da TV brasileira. Foi uma (quase) revolução silenciosa. Quer dizer, nem tanto já que a música estava no talo. Mas foi importante. Talvez a grande maioria nem saiba o porquê. Vamos a alguns motivos: 1) UHF para todos: até a entrada da MTV, a faixa UHF (aquela dos canais acima do 13) era restrita para o tráfego de sinais das emissoras tradicionais entre cidades, para alguns poucas emissoras locais sem grande repercussão e para redes religiosas. A MTV daria visibilidade a essa nova faixa, e o telespectador perceberia que existe vida acima do canal 13. Hoje tal faixa está incorporada no dial das televisões, mas perde sua principal emissora nacional. 2) Os 'sem-novela': era a primeira rede nacional de expressão (com exceção das religiosas) a não usar o tripé clássico novela-auditório-jornalismo. Não adiantou muito, mesmo porque ela ten

TVs Universitárias: 45 anos e acelerando!

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Um momento de auto ufanismo. Sairam dois artigos sobre as TVs Universitárias brasileiras com minha singela participação. O primeiro foi realizado com os companheiros de luta José Dias Paschoal Neto, doutorando da Unicamp, e o Adriano Adoryan, doutorando da USP: " Produção colaborativa e convergência de mídia na tv: uma proposta de inovação e tecnologia social para as tvs universitárias" saiu esse mês na Revista Avaliação (Unicamp) e tem uma proposta para as nossas emissoras universitárias se inflarem com os novos ventos - tanto tecnológicos quanto sociais. O segundo é "TV Universitária como ensino, pesquisa e extensão: 45 anos de experiência brasileira" , que saiu na Revista Em Questão (UFRGS), em que tento fazer um histórico crítico de nossa trajetória.  Tomara que inspirem alguém!

Serviço Civil Obrigatório para egressos de públicas: solução para crise na saúde?

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Freerangestock Está estabelecida a briga entre médicos, ministérios da saúde e educação. Faltam ou não faltam médicos para os brasileiros? Uai, até recentemente não tinha excesso de escolas e o MEC ameaçou cortar vagas ? Por outro lado, não faltam pediatras até em consultórios particulares? Daquelas questões em que, ao que parece, todo mundo tem razão.    Mas o que nos interessa aqui refere-se a algo indiscutível: contribuição social que todos devem retornar à sociedade. Está, no mínimo, em todos os juramentos de formaturas!   Sabem aqueles médicos que o contribuinte e a sociedade, através dos (enormes) impostos, formam em suas instituições de ensino superior públicas? Que retorno dão àqueles que bancaram seus estudos? Até onde sei, vão direto para seus consultores particulares ou para seus concursos públicos e privados, passando a régua no passivo social e olhando só para o seu futuro particular.  Tal assunto é incentivado pela coluna da editora Ruth Aquino, da revi

TVs Abertas contra a Educação e a Constituição

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Freerange A Constituição é clara: as emissoras de TV devem dar preferência as finalidades educativas. Está lá no artigo 221. Claro que amparadas na não regulamentação do artigo (depois de 25 anos!) e no conceito "cada um tem o seu" de 'educativo', as emissoras dão uma banana para exigência constitucional. Tudo isso para você analisar o gráfico abaixo, tirado do Informe de Acompanhamento de Mercado de TV Aberta de 2012 , do Observatório Brasileiro do Cinema e do Audiovisual (OCA ), da Ancine, Agência Nacional de Cinema (mas que regula também a produção audiovisual nacional), documento obrigatório para quem estuda o segmento. Antes um breve histórico da tentativa de obrigar as emissoras a fazer o obrigatório: 1967: Decreto n. 236/67 obriga a "transmissão de programas educacionais nas emissoras comerciais de radiodifusão, estipulando horário, duração e qualidade desses programas." Já quebra o galho das TVs quando estipula apenas, no máximo, cinco

O Gigante novamente adormeceu. E a TV local morreu!

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Freerangestock Eu fico tentando não me impressionar mais com a cara de pau dos políticos. Mas, confesso, é difícil. Depois de todas as manifestações, ainda sobram políticos andando de avião da FAB, reforma sem-vergonha da legislação eleitoral que facilita a roubalheira e o neo-coronelismo dos partidos políticos, a sobrevivência dos suplentes de senadores... e agora a tungada na luta pela democracia das comunicações eletrônicas. Depois de uma bela caminhada na Lei do Acesso Condicionado (vide suas enormes repercussões para a produção nacional nos melhores sites de notícia do gênero), quando imaginávamos que teríamos um segundo tempo melhor, com o país acordando, vem a bruxa malvada da politicagem rasteira dos coronéis radiodifusores oferecendo, ou melhor, empurrando garganta abaixo mais uma maçã envenenada. Depois de 25 anos de espera, em pleno governo supostamente de esquerda, querem piorar o que já era ruim no quesito produção regional e local da TV. Aprovado no Senado o antepr

Espionagem Yankee? As nossas Malvinas!

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Freerange Há um grande exagero nesta questão sobre a "espionagem yankee". Na realidade, é uma grande campanha diversionista. Tal espionagem me lembra as Malvinas. Toda a vez que um governo se sente acuado, basta declarar guerra a uma grande potência. Por mais improvável que seja a vitória. Como fez (ou faz) a Argentina. Temos mais exemplos por aí. No meio das passeatas e com a ineficiência em dar respostas concretas (Constituinte e plebiscito? Fala sério!), elegeu-se (pela enésima vez na América Latina) o grande satã norte-americano como o vilão a ser combatido. Alguém realmente acredita que isso é uma novidade? Ninguém vai em cinema, assiste seriados norte-americanos? E acreditam que tudo ali é fantasia? Ora, a produção audiovisual reflete as paranoias e neuroses da sociedade que a produz e nada ali tem que não esteja ancorado na realidade, mesmo que a história esteja em outro planeta, dimensão, em desenho animado ou no surrealismo. Portanto, há dezenas de anos s