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Mostrando postagens de setembro, 2019

A virada da Educação a Distância

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Desafio: marque a foto que representa a verdadeira educação a distância. Créditos: Michal Jarmoluk e cherylt23, da Pixabay. Em breve, teremos mais alunos na educação superior no EaD (Educação a Distância) do que no presencial. O que está acontecendo? O que está causando essa reviravolta, de opção desprestigiada para solução privilegiada? Eu tenho lá minhas teorias! Mas vamos aos números: mesmo nessa crise brava, onde parece só crescer a falta de noção civilizatória, de 2017 a 2018, o EaD cresceu, em novos ingressantes, quase 28% (o presencial recuou 3,7% e nosso pibinho aumentou 1,1%). Em dez anos, foram acachapantes 196% contra 10,6% (o INPC do período foi de 86,68%). Se em 2008, 19,8% eram EaD, fecharam 2018 ocupando quase 40%. Em resumo: se há aumento de alunos no ensino superior (6,8% de 2017 a 2018), deve-se ao Ead. Há muitos mais números, que podem ser admirados no Censo da Educação Superior , do Ministério da Educação. Para nós, o que importa aqui é pensar

O dia que Eisenstein me salvou!

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Então, estou eu no guichê do consulado norte-americano para tentar conseguir um visto para ir a NAB, a maior feira de equipamentos de broadcasting, isso em 2013. Não sei porque ainda mantemos nossa vocação de vira-lata, como dizia Nelson Rodrigues, e, mesmo com experiência de viagens internacionais, ainda minhas mãos suam de nervoso perante aquele cidadão norte-americano. Aquela posição em pé, respeitosamente, em frente ao tal burocrata sentado por trás de um grosso vidro, e conversando via microfone e caixas de som (que repercutem por toda a sala), ajudam neste ambiente inquisidor. Tento manter a calma. Sou um sujeito de quase 50 anos, minha declaração de renda e contra-cheque estão na mochila para provar que não preciso imigrar ilegalmente, refiz as possíveis respostas sobre minha trajetória profissional... bem, estou pronto. - O senhor é professor de cinema, pergunta o encarregado com forte sotaque de americano em filme brasileiro. - Sim. (claro, está lá na minh

Iniciação Científica para salvar o Ensino Médio!

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Alunos e Educadores premiados pela Nasa em exemplos espe(a)ciais de como o Ensino Médio pode fazer sentido. Fotos: Sesi e IFSC De um lado, o das escolas particulares, uma obsessão sociopata por ranking. Do lado das escolas públicas, a falta de políticas claras do que se deve fazer. A união de ambas doenças sociais, condena o Ensino Médio a irrelevância. E, mesmo depois da Igreja Católica ter extinto o limbo , mantemos um ainda maior, justamente naquela que é a face mais importante para a formação de uma geração. Mas não se desespere, os seus problemas podem acabar (embora vai precisar de muito esforço). A Iniciação Científica é associada ao ensino superior, na lógica que é apenas nessa fase que os jovens conseguem desenvolver um pensamento científico mais apurado. Ora, conforme tentei defender anteriormente , esse é um dos motivos da decadência do Ensino Médio e a sua altíssima taxa de evasão: não acreditar que essa rapaziada já está lá na frente no desenvolvimento do pensamento

Atíria x Harry Potter: o dilema do Ensino Médio

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É preciso sair da armadinha na qual entrou o Ensino Médio. Imagem de Wokandapix por Pixabay O Ensino Médio, me parece, perdeu o sentido (no amplo espectro da palavra, tanto no de direção, como no de sentimento, que cause alguma emoção no estudante que não só desânimo). Era para que o jovem, depois de anos colhendo e processando informação concreta no Ensino Fundamental, desenvolvesse um pensamento abstrato, transformando dados em Conhecimento. Era mesmo um momento rico onde, agregada a essa mudança de percepção do mundo, do concreto para o abstrato, de se enxergar o invisível atrás do visível, somava-se as ciências que dessa percepção depende, como a Biologia, a Química e a Física. Afinal, somente extrapolando o que se observa no mundo concreto que se pode imaginar uma hélice de DNA, uma molécula de carbono ou as forças gravitacionais das galáxias. Mas vamos começar de onde tudo dançou, para usar uma expressão de quando eu fazia o Ensino Médio. Do lado dos jovens, que alimenta

Somos todos Van Gogh!

  'Van Gogh: a noite estrelada' que está no Atelier de Lumiéres em Paris com uma imersão tecnológica audiovisual de deslumbrar qualquer um. Perdão: o video nem arranha a verdadeira experiência, mas dá uma parca ideia... O que Vincent van Gogh sentiria ao se ver no Atelier de Lumiéres, na realidade, experimentasse entrar dentro de seus quadros em um ambiente aquarianamente imersivo, com sonorização acachapante e efeitos visuais deslumbrantes? Sendo um fã um tanto obsessivo do pintor holandês, taí uma pergunta que me divertia ao me afogar na experiência. Aliás, experiência que unia três coisas de que gosto: produção audiovisual, tecnologia e, claro, Van Gogh. Mas, e daí, Vincent piraria uma vez mais ou, finalmente, encontraria a felicidade que nunca alcançou? Claro, pura especulação, daqui em diante. Ou não, já que uma coisa que ninguém pode acusar Vincent van Gogh é de não ter tentado ser transparente. Suas milhares de cartas enviadas ao irmão Théo são um retr