A luz que vem de 1901: uma teoria da conspiração que vale a pena.




Essa lâmpada está acessa há mais de 110 anos.

Em um evento que fui recentemente, escutei que trocaremos de televisão a cada três anos. É esse o planejamento da indústria. E o que explica a quantidade de "novas tecnologias" nos aparelhos em cada Natal: TV de plasma, LCD, Full HD, 3D, Led, Smart TV...

A lâmpada faz a alegria de um simpático quartelzinho de bombeiros na cidade de Livermore, na Califórnia, EUA. É uma atração turística. E você pode assistir, ao vivo. Ah, ela também está no Facebook.

Com o avanço da tecnologia, as coisas deviam durar mais, não menos, certo?

Pelo menos, é assim com a nossa saúde (ainda bem). Mas tudo leva a crer que os equipamentos antigos (televisão, geladeira, fogão, telefones) eram melhores do que os atuais. Um contrassenso. Uma matéria da IstoÉ conta uma enorme vantagem de um inventor que inventou uma lâmpada que pode durar ATÉ 100 anos! Alguém esqueceu de dizer que ela já foi inventada pelo francês Adolphe A. Chaillet e alguém esqueceu de apagá-la há uma centena de anos lá em Livermore.

É óbvio que se trata de um acordo da indústria. Um documentário, que parte da premissa da lâmpada de Livermore, já se tornou um clássico das teorias da conspiração: "The Light Bulb Conspiracy" coloca até data: Natal de 1924, empresas como Philips, Osram, Siemens, GE formam, em um hotel na Suiça, o cartel Phoebus para limitar a duração das lâmpadas. Tal acordo foi seguido por todas as indústrias em todos os produtos que, segundo as teorias de conspiração, impediu, entre outros avanços, o carro movido a água.

E há também a história do escritor norte-americano Thomas Pynchon, "Byron, a Lâmpada", que, conforme Rogério Casanova, é uma demonstração que sua obra "desde sempre combateu nas linhas da frente do revisionismo paranoico, procurando convencer o incauto leitor de que nada do que aconteceu desde a Revolução Industrial é aquilo que pensamos ter acontecido." Byron é uma espécie de mutante que, diferente de suas colegas da linha de produção, tem o dom da imortalidade. Vale a pena conhecer o resumo por Casanova e depois ler a história desta lâmpada subversiva.  

Bem, são óbvias as consequências nefastas para o meio ambiente e nossa ansiedade. Dizer que tem que ser assim para que a economia gire é uma besteira pois essa energia poderia estar sendo direcionada para aspectos ainda sequer arranhados em sua evolução tecnológica, como as energias alternativas ou mobilidade em grandes centros urbanos. No entanto, temos uma parcela considerável na manutenção deste círculo vicioso que condena as próximas gerações. Precisamos mesmo ficar trocando?

Uma última curiosidade: a lâmpada de Livermore, que é registrada durante 24 horas por dia, já está na sua terceira webcam!

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