TV no celular chega a 10% da população


Essa foi uma manchete que circulou no final do ano passado.

E, a meu ver, tais dados não tem tido a análise adequada. Qual o impacto sobre a televisão tradicional aberta? Irá reforça-la ou deteriora-la ainda mais? Nesses casos, é sempre bom tentar uma comparação com algo o mais próximo do objeto possível. Então penso no rádio, irmão mais velho da TV, filhos da radiodifusão brasileira com a cultura nacional de comunicação.

E, nos ônibus, nas ruas, nas praças e nas caixas postais, redes sociais e telefones das emissoras de rádio, ao que tudo indica, o telefone agregou novas interações com esse meio. Acontecerá o mesmo com a TV? A novela, o telejornal, o jogo de futebol será visto no trânsito e nos translados das pessoas?

Se ainda não dá para prever isso é porque a TV digital ainda não "pegou", haja vista que estamos falando apenas nesse caso. Porque o chuvisco da TV analógica em tela pequena já se comprovou que não funciona. Ao contrário do video digital, que ocupa hoje a maior parte da rede de internet.

Inclusive, se estamos falando em TV no celular, essa, ainda por um bom tempo, não poderá ser via internet, tanto pela qualidade péssima de nossas bandas móveis como pelo seu custo. Portanto, uma vez mais, voltamos para os celulares com TV Digital com recepção independente de rede de dados.

O que, inclusive, coloca em dúvida a manchete acima, já que trata-se de dados do Target Group Index, que realiza suas medições via aplicativo, que mede quais as emissoras assistidas pelo usuário. A grande maioria das pessoas que conheço e que assistem TV pelo celular, o fazem usando a TV Digital fora do aplicativo de internet, usando a captação direta do sinal da emissora no seu celular, fora da rede de dados.

Talvez uma boa maneira de saber como está a penetração da TV Digital nos celulares é saber a quanto anda a venda desses equipamentos que tem esse serviço especificamente. Minha impressão, nada científica, é que, até o início do ano passado, a oferta de aparelhos com TV Digital era muito limitada, tanto pela desconfiança da sua popularização real, tanto pela própria vontade das telefônicas, haja vista que as transmissões passam ao largo do seu serviço de internet.

Mas, pela pressão dos radiodifusores e pela demanda dos usuários com o pouco mais de divulgação sobre a TV Digital, vejo que aumentou muito a oferta de aparelhos com essa recepção, embora, ainda, não me parece que com destaque suficiente enquanto diferencial.

Portanto, ainda está para vir novos dados e novos comportamentos para prevermos qual o impacto da TV Digital nos celulares no audiência geral das TVs abertas. Para não ficar em cima do muro, acredito que, sim, irá fortalecer a TV, no que ela está se transformando nesses novos tempos. Como geradora privilegiada e eficaz de conteúdo, o celular será mais um importante canal de distribuição.


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