Jornal Nacional e sua pior audiência

Veja quem faz o Jornal Nacional diariamente (Divulgação TV Globo/João Cotta)
Foto: Divulgação
Foi anunciado que o Jornal Nacional teve a sua pior audiência da história. Fez uma média de 24,5 pontos, caindo sete pontos em relação ao ano passado.

Esse anúncio é dado com prazer pela concorrência da emissora. E alguns ainda utilizam da notícia para comprovar a decadência da poderosa e, de quebra, da televisão como um todo, engolidos que serão pelas novas tecnologias.

Bobagem. A Globo e as demais emissoras não se preocupam com a audiência e sim com o faturamento. Haja a vista o Big Brother Brasil, a cada ano com menos público, mas com recordes de caixa.

O faturamento  das emissoras abertas cresceu 9% em 2012, enquanto o país patinou em 1% e a inflação foi de 5,84%. E como a Globo abocanha a maior parte desta grana, imagino que ninguém lá deixou de dormir por conta desta queda.

Além disso, janeiro é um mês atípico e péssimo para fazer formulações sobre o ano todo.

O que é certo é que os telejornais são os produtos televisivos que mais sofrem nesta transição de tempos, onde as novas mídias aparecem como mais uma opção de entretenimento e informação.

O JN e todos os demais ainda não se tocaram que não são mais a primeira fonte das notícias. E que a pauta nacional, aquela que todos os telejornais criam e seguem diariamente a ponto de parecer que todos tem a mesma redação, se dilatou. Constantemente, eles têm que correr atrás para alcançar, ao invés de serem os promotores. Ou se convencerem que não mais os são.

Podiam era aproveitar o tal crescimento do faturamento e investir mais em reportagens inéditas, fazendo da rede social seu desdobramento. Ou vice-versa. Assim como já fazem suas telenovelas. O JN no ar é uma boa tentativa, mas ainda precisa sair da telinha. Os telejornais, como um todo, devem pensar seriamente na segunda tela. Essa sim uma tendência inevitável.

E parar de pensar que o Jornal Nacional é um Video Show noturno. É um tal de anunciar programas da casa dentro do jornal desperdiçando um tempo precioso. Um tempo que poderia se dedicar as notícias que só eles tem condições financeiras e estruturais para dar. A edição de sábado, por exemplo, passa uma boa parte do tempo anunciando Esporte Espetacular, Fantástico... Daqui a pouco vão chamar para o Zorra Total, se bem que as notícias do Congresso já fazem essa função.

Aliás, para encerrar, nada como ter grana. O Fantástico construiu uma réplica da boate Kiss para explicar melhor o acontecido na tragédia de Santa Maria. Muito boa a iniciativa, pois ilustra didaticamente com imagens, algo que somente a TV pode fazer. Substancia a notícia e serve de alerta para o país em relação a casas do gênero. Bom jornalismo, mas, pelo custo, para bem poucos.

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