Governo acovarda-se e Marco Regulatório não é encarado
Então, mais uma vez falta coragem aos políticos brasileiros
para encarar o problema do marco regulatório das comunicações eletrônicas que
estão, na maioria dos casos, com a legislação de cinquenta anos atrás. Período,
diga-se de passagem, em que a internet e digitalização da radiodifusão eram
temas de ficção científica.
O depoimento do secretário-executivo do Ministério das
Comunicações, Cezar Alvarez, durante a abertura do Seminário Política de(Tele)comunicações, foi uma cachoeira de água fria. Segundo ele, como o tema é
complexo, precisa de mais “uns dois ou três anos” de discussão.
Brincadeira, né? O primeiro esboço de marco regulatório que
li é ainda do tempo do ministério Pimenta da Veiga (1998-2003) e, mesmo sendo
do governo PSDB, já previa uma tentativa de transformar o sistema de
radiodifusão de uma extensão das oligarquias ruralistas e patriarcais do início
da República em, pelo menos, um negócio de administração de um bem público,
como no caso da radiodifusão.
Nos governos PT, aí sim, a coisa ia caminhar, pois a
democratização da comunicação era um dos baluartes.
Porém, depois de 10 anos desse governo, dois Fóruns de TVs
Públicas, Conferência Nacional de Comunicação, Lei SeAC, ainda não estamos
maduros. É dose! Vamos é cair de podre.
Estou com a Frente Nacional de Democratização da
Comunicação, que foi objetiva em sua nota.
A Cristina Kirchner, presidente da Argentina, tem lá sua
sequência de defeitos. Mas teve a coragem de enfrentar a
oligarquia midiática. Aqui, acredito, até seria mais simples do que lá, haja a
vista nosso espírito conciliador, que radiodifusores e telefônicas têm se
entendido quanto as necessidades de se adaptarem aos novos tempos, além de
progressos e sucessos em políticas públicas como a radiodifusão comunitária.
Mas é incrível como os fantasmas do Roberto Marinho e
Antônio Carlos Magalhães não conseguem serem exorcizados da Esplanada!
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