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Mostrando postagens de agosto, 2019

Meus encontros com Augusto Comte e a perda da fé na Humanidade.

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Túmulo de Comte: restaurado depois de tanto dar reviravoltas. Foto: Dânia de Paula Tenho encontrado o multiólogo Augusto Comte com frequência. Confesso que o francês, que viveu entre 1798 a 1857, não é exatamente do meu círculo de amizade mais próximo. Mas temos cruzados nossos caminhos nas últimas semanas e, pessoal, o sujeito anda com a auto estima lá pra baixo! Os encontros tem sido fortuitos. Recentemente, visitei seu repouso eterno no famosão cemitério Le Père Lachaise, em Paris. A necrópole, onde se hospeda com inúmeros outras figuras ilustres, é mesmo triste de se ver, se não pela razão porquê existe, mas também por, majoritariamente, as sepulturas das celebridades históricas estarem muito deterioradas, mostrando um certo descaso. Surpreendentemente, ao ir homenagear o que muitos consideram o pai da Sociologia, vejo que sua morada foi recentemente restaurada. Fiquei sem entender o porquê, mas o meu próximo encontro com cara que ensinou a humanidade a pensar melhor me deu

Aquecendo afetos: os banhos quentinhos que nos unem aos idosos

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Um banho quentinho nunca é só um banho. É, no mínimo, uma página virada. É para começar um novo dia, é para terminar um dia, é para dar um tranco no dia. A melhor coisa nos herdada pelos índios. E onde está a tecnologia nessa epifania úmida? Porque, como toda boa tecnologia social , às vezes nos esquecemos que se trata de uma invenção humana, com alguns objetivos pragmáticos e outros nem tanto, e que há nuances específicas que o senso comum nubla. É o que acontece com os banhos quentinhos dos idosos que precisam de cuidados. Claro, há outros grupos de pessoas que também se beneficiam, ou têm problemas, com banhos quentes, mas aqui vamos tratar desse público específico, o que justifica-se adiante. Então, quem já teve parentes acamados, momentânea ou permanentemente, sabe o valor de um banho. Tanto para quem recebe quanto para quem aplica. Dá trabalho, para ambos, mas a sensação de alívio, de, como disse, página virada, é grande. Somos seres de água, 70% parte líquida. Portanto, é c

Alô, Saudades? Ixi, caiu....

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Saudade é não poder ir. Imagem do user 3888952 da Pixabay. Estava aqui pensando: saudades é, basicamente, um problema de comunicação! Matutei isso quando, distantes uns 10 mil quilômetros, estava um pouco triste de que meu filho não parecia estar com a saudade no volume (ou seja lá qual for a unidade de medida que se mede isso) que eu desejaria que ele tivesse. Meu pai e minha mãe, quando eu tinha a idade dele, foram ficar um tempo em Manaus, para um trabalho lá! Eu ficava com muita saudade! A sensação de solidão, de desamparo, de desafeto, era algo tão forte, me marcou tanto que, confesso, sadicamente, queria que meu filho passasse por tal sofrimento como sinal do mesmo afeto. Sim, é cruel e babaca. Atirem a primeira pedra quem não.... Então, o que rolou de diferente? Ora, no início da década de 1970, se eu quisesse perguntar para os meus pais se eu podia ir a algum lugar em que precisaria de sua aprovação, tinha todo um planejamento com bastante antecedência: as

A Lua é que foi só mais um passo da Humanidade

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Pouso na Lua fez 50 anos (re)evolucionou a Humanidade. Foto: Pixabay.   50 anos que a Humanidade colocou seus pés na Lua. É mesmo uma data a ser comemorada por quem gosta de tecnologia, educação e comunicação. É natural nos perguntarmos porque cargas d'agua, com tanta coisa para se resolver aqui na Terra, como tanta gente precisando dos tantos bilhões gastos pelas agências espaciais, o que temos a ganhar indo para uma inóspita pedra no espaço só para tirar uma selfie ? De tantas, essa não deveria ser das questões das mais angustiosas. Ao contrário, é ela que deveria nos reconectar com o que é uma das bases da essência humana: a inquietude e a sua necessidade de superação, mesmo que nas coisas aparentemente banais.  É o mesmo sentimento dos nossos antepassados, que quiseram saber o que estava atrás da floresta, do outro lado do rio, depois das montanhas, do oceano, das nuvens.... Portanto, a Lua sempre foi um próximo passo, era só uma questão de tempo. E como somos uma espé