A Lua é que foi só mais um passo da Humanidade

Pouso na Lua fez 50 anos (re)evolucionou a Humanidade. Foto: Pixabay.
 
50 anos que a Humanidade colocou seus pés na Lua. É mesmo uma data a ser comemorada por quem gosta de tecnologia, educação e comunicação. É natural nos perguntarmos porque cargas d'agua, com tanta coisa para se resolver aqui na Terra, como tanta gente precisando dos tantos bilhões gastos pelas agências espaciais, o que temos a ganhar indo para uma inóspita pedra no espaço só para tirar uma selfie?

De tantas, essa não deveria ser das questões das mais angustiosas. Ao contrário, é ela que deveria nos reconectar com o que é uma das bases da essência humana: a inquietude e a sua necessidade de superação, mesmo que nas coisas aparentemente banais.  É o mesmo sentimento dos nossos antepassados, que quiseram saber o que estava atrás da floresta, do outro lado do rio, depois das montanhas, do oceano, das nuvens.... Portanto, a Lua sempre foi um próximo passo, era só uma questão de tempo.

E como somos uma espécie fisicamente muito limitada, mas com a primordial habilidade de adaptação, inventamos uma tal de tecnologia, que nada mais é do que aprimorarmos as demais habilidades por meio de extensões de nós mesmos. Daí que todas as conquistas trazem consigo uma avalanche de novas ferramentas e metodologias para continuarmos em busca de uma vida com alguma ordem, nos adaptando a um mundo que, sempre soubemos, é caótico e não amigável (ok, as guerras também fazem esse movimento, mas só prova que caos e irracionalidade também nos conforma).

Aconteceu com as grandes navegações, entre as quais a ida a Lua poderia muito bem se filiar. Uma enorme quantidade de coisas que hoje encontra-se nas casas por todo o mundo é fruto direto dessas tecnologias. Ora, se é para alguém correr o risco de ficar subnutrido com alimento em pasta, rumar sem direção ou ter problema de audição, que seja o aventureiro que já sabe que está correndo todo o tipo de perigo. Sim, porque a comida de bebê, o GPS e os aparelhos auditivos são alguns dos avanços que a corrida pela conquista do nosso satélite nos proporcionaram. Implantes artificiais de membros, diversos modelos de espumas, lentes resistentes, palmilhas de sapato, roupas térmicas, jogos eletrônicos, termômetros domésticos, filtros... a lista é enorme!

Claro, sem falar nos computadores e celulares. O 'PC' da Apollo 11 que levou a Humanidade à Lua era ínfimo, comparado ao que temos hoje. Tem IPhone com capacidade de processar mais de 100 mil vezes a mais. Se nos preocupamos com a demora do GPS em processar nosso mapa, imagina a quase 39 mil quilômetros por hora com um aparelho com capacidade de 100 mil a menos? Em menor medida, mas que descobre a questão econômica, é o que acontece com a Fórmula 1: o que aparentemente é um esporte sem muito sentido e elitista, é um laboratório à céu aberto da indústria automobilística espertamente paga por patrocinadores, e da onde vieram componentes como freios ABS, câmbios automáticos, computadores de bordo, e outros acessórios embarcados na maioria dos carros mundanos. A diferença da corrida espacial é que ela vai muito, mais muito mais além de uma só indústria e abarca todo o cotidiano da Humanidade. Deu para entender quem é que paga a conta do foguete?

Sim, também tenho um amigo que não acredita que aquelas imagens de 50 anos atrás é de verdade. Gosto tanto dele, e é um sujeito tão bem informado, inteligente e carismático que dei ouvidos e houve um tempo que quase acreditei que tudo não passava de manipulação imagética. Mas, enfim, pensei que não acreditar na chegada da Humandidade na Lua, para alguém que ama tanto a tecnologia como demonstrativo de nossas capacidades, era meio incompatível e, definitivamente, não precisamos de mais neuroses do que aquelas que já vem no disco rígido. Assim, busquei refúgio em meu guru, acertadamente chamado Salvador Nogueira, que me colocou novamente na linha. Ou melhor, na rota espacial. Aliás, vale a dica, para quem gosta, acompanhar seu blog, chamado deliciosamente de Mensageiro Sideral.

(Esse texto marca meu retorno de colunista para mim mesmo e para os poucos que eventualmente se perdem no GPS cibernético e caem por aqui (mas que agradeço imensamente, ainda mais se continuaram até aqui!). Parado desde 2017, a intenção é voltar ao que rolou até naquele ano e, semanalmente, desabafar aqui sobre as inquietudes tec-comunicativas-educativas que nos afligem. Seja bem vindo, obrigado pela paciência e preferência!)

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