Viva a morta: nunca se assistiu tanta TV!

Pesquisas indicam que o hábito de ver TV ainda é forte. Crédito: Pixabay CC0 Public Domain
A morte anunciada da TV está mesmo cada vez mais distante. Depois do sucesso televisivo das Olimpíadas, retorno com uma série de pesquisas recentemente divulgadas pela  Tela Viva News que mostram um telespectador ainda ávido por conteúdo de televisão. Relembro: ver televisão não é ligar o aparelho da sala, mas consumir um produto, entre outras coisas, que é linear, com ritmo e gramática próprias, sem grandes interatividades da audiência. Ou seja, é sentar e ver!

Aliás, é o que diz uma pesquisa da Discovery Networks, que aponta que "a preferência do espectador é ainda pela oferta de conteúdo linear: 81% é a média de consumo global em nove países pesquisados". Brasil, entre eles.

Vamos a outros sinais: em plena crise financeira, a suposta moribunda TV paga cresceu sua base de assinantes em junho e julho. Outras pesquisas também indicam que a classe C que, recentemente tomou contato com a TV paga, agora não quer abrir mão, considerando-a como uma ótima opção de laser, segura e econômica. Portanto, não é surpresa que, no primeiro semestre de 2016, houve a maior audiência da TV paga brasileira.

(Essa é uma nota um tanto triste: significa que as pessoas com menos poder aquisitivo, além de todos os problemas sociais, agora preferem - com uma certa razão - ficar em casa. Agora, a rua, ao invés de oferecer opções baratas e seguras, como praças e eventos econômicos, hoje é dominada pelo medo da violência, pelo transporte coletivo caro ou ineficaz, e por opções caras como os cinemas, bares e shows fechados).

Também se dizia que a TV paga estaria condenada pela Netflix e demais sistemas de OTT (aqueles que você acessa a internet e vê videos on line). Países desenvolvidos estão tendo aumento de assinaturas de TV paga: "As receitas de TV por assinatura e VOD na Alemanha cresceram 12% no último ano, chegando a € 2,49 bilhões, segundo a VPRT, a associação alemã de emissoras comerciais. A entidade prevê ainda crescimento de 8% a 11% em 2016. Somando-se ainda a Áustria e a Suíça, a receita total foi de € 2,7 bilhões. Em 2016 o valor deve chegar a € 2,8 bilhões na Alemanha e € 3 bilhões nos outros países de fala alemã.O número de assinantes cresceu cerca de 6% em 2015, chegando a 7,4 milhões na Alemanha, e 8,2 milhões no agregado dos países de língua germânica."

Para completar, "dos 4,6 mil entrevistados da pesquisa que tinham TV por assinatura, apenas 175 declararam que cancelariam ou haviam cancelado por conta da Netflix.". De acordo com a reportagem de André Mermelstein, os serviços caminham para ser mais complementares do que excludentes. É o que se vê, também, em outra pesquisa, que mostra que  brasileiro navega mais do que norte-americanos e canadenses. E para fazer o quê? Entre outras coisas, ver televisão no smartphone! Inclusive, em casa!

Mas não nos iludamos totalmente também sobre a internet. O primeiro senso comum de quem vive nos centros urbanos, com internet a torto e a direito, é que estamos em um planeta conectado. Pois bem, de acordo com a UIT - União Internacional de Telecomunicações, mais da metade da população continua offline. Não é a toa que o Facebook e a Google viajam tanto em qualquer tipo de ideia, como a tal rede por balões atmosféricos. Enquanto isso, a televisão ainda continua sendo uma referência.

Portanto, é melhor cancelar o velório, pois a morta deu vários sinais de vida!

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