Thales Gaspari: estilo pra todo tipo

Sugestão de leitura de HQs: qualquer coisa de Thales Gaspari, iluminado e iluminador artista de @tirasnao !

Arrisquei e comprei três de seus livros, porque ele tem a ousadia de querer desenhar em estilos diferentes. É difícil um artista fazer isso, porque é difícil ser bom em tudo que a gente se propõe ser. É muito mais fácil a gente se acomodar em algo que dá certo, reconhecido por quem nos interessa e na tranquilidade do nosso espaço de conforto. A maioria dos artistas assim faz, e não é nada condenável.

Daí, a aposta. Thales não gosta de conforto, ao que parece. Isso ja estava claro. Ele me fisgou, à princípio, com suas hilárias crônicas visuais quase que diárias do perfil @tirasnao, onde ele ri de si mesmo e, na toada, de todos nós, e nos levando à risada por osmose. O estilo aquarela do seu perfil se perde um pouco na versão impressa (li o vol. 3), mas a simplicidade e leveza dos traços é uma delícia de contraste com a dureza dos recados. 

Na sua produção mais antiga, ele deixou a criança que ama faroeste sair gritando nas páginas de Parada Final. Meu Deus, quem ainda gosta de bang-bang no Brasil? Pois Thales ama e me fez gostar também, deixando claro a diferença entre a sessão da tarde de Terence Hill e o eterno Clint Eastwood. Parece que a gente pegou o caderno secreto do menino, que desenhou com um pedaço de carvão da maria-fumaça. Cadê o sujeitinho leve do @tirasnao ?  "O velho oeste não é para os fracos, baby!"

Por fim, pulo para a mais recente obra, UQ! que ainda não consegui saber se é uma história sobre distopia ou de esperança! Tô achando que é os dois. Num mundo destruído, sem humanos, ainda assim caminha a Humanidade, com personagens sem nome, mas com muita identidade. É impossivel não se emocionar com essa poesia visual sem palavras formais, mas com uma comunicação fantástica. E o desenho? Pois é, outro estilo, e nem dá pra falar que a mistura dos anteriores. Que nada! Lembra que falei que não da para colocar aquarela em preto e branco? Pois é, Thales conseguiu, e esqueça leveza: aqui o pau quebra em boa parte das páginas.

Eita sujeito diverso, criativo e corajoso esse tal Thales Gaspari. 

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