Tablets e bebês são como brigadeiros na papinha! Cinco motivos para desligar o IPad.

Freerangestook
Uma em cada três mães acha legal dividir seu tablet com seu bebê. Segundo a Tela Viva, que noticiou sobre uma pesquisa da Discovery, elas fazem isso porque acreditam que colocar em contato com as telas sensíveis vai ajudar no desenvolvimento da criança.

Certamente dividir o colo com um tablet não é exatamente uma boa metodologia para nada. Preciso elencar os benefícios e as particularidades de um aconchego materno? Se não, vamos as argumentações contrárias a partir do aparelho.


Primeiro, os estímulos brilhantes, ritmo rápido de cortes, música e barulhos incisivos, pouco têm a ver com o desenvolvimento cognitivo desta fase da criança. Possivelmente prejudicará sua construção de percepção de mundo a partir dali. A mãe, o pai, o entorno serão igualmente brilhantes, ágeis, barulhentos? Numa analogia, seria como dar brigadeiro na papinha. Vai viciar o gosto e depois não adianta reclamar o porquê ele não gosta de verdura e está com sobrepeso.

Segundo, não é nostalgia ter contato inicial com livros. A edição em papel, além de não ter o brilho hiperestimulante de uma tela, oferece o contato tátil com uma textura que fará mais sentido ao bebê que a fria tela, esse contato homogêneo com todas as coisas frias do mundo (queremos que o ato de ler tenha a mesma percepção sensitiva de tocar na geladeira?). Diferenças de papéis, das ilustrações e seus efeitos sobre a edição impressa, a diferença de formatos (todo livro no tablet tem o mesmo tamanho) e até o cheiro de tinta, de papel e de 'guardado' (para aqueles que ficam esquecidos) tem um efeito sensorial muito mais dinâmico e rico.

Terceiro, perceber que tocar na figura não altera a forma vai construindo na criança uma dimensão além do seu corpo. Se, ao tocar, a figura se manifesta, consolida-se o egocentrismo e, portanto, atrasa o desenvolvimento cognitivo. Bebês ainda não desenvolveram a abstração de sim mesmos e, convenhamos, queremos que ele acredite que um tablet faz parte dele? 

Quarto, o aconchego e a relação mãe-bebê devem ser a prioridade e o instrumento no colo um acessório. Um livro mantêm isso, já que precisa dos dois para 'funcionar'. É inegável que o tablet ligado puxa toda a atenção, de ambos (e, daqui a pouco, a mãe está até consultando "um pouquinho só" os e-mails...).

Quinto, mães, não se preocupem em ensinar como interagir com os aparelhos eletrônicos. Eles, com certeza, vão aprender sem nossa ajuda. O que devemos ensinar é o porquê, quando, onde e se devem usar, mas daí pode ser a mesma lógica da faca e da caneta pilot. Vamos combinar, já não é pouca coisa.

Por fim, a pesquisa aponta que "85% das mães afirmam dar credibilidade aos produtos anunciados durantes os intervalos da programação, enquanto 75% estendem a busca a sites das marcas infantis." Só demonstram como essas mães ficam suscetíveis ao uso mercadológico do tablet. Portanto, imaginem as crianças!!!

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