Teremos uma TV Pública?



Ok, partamos do seguinte princípio, que sei que é meu e de quem compartilho da mesma opinião, mas que não é uma idéia unânime (já que muitos assalariados e comissionados pensam ao contrário):

Não há TV pública no Brasil!

Pronto, falei! Não adianta se tiver um enorme conselho, como no caso da TV Cultura de São Paulo (que adora se colocar como exemplo de TV pública nacional justamente por conta deste conselhão), se metade é indicado pelo governador de plantão, o mesmo sujeito dono do torniquete que estragula o repasse de recursos quando acha mais conveniente.

Algumas emissoras estatais também se arvoram de serem "públicas'. Risível! Sequer mantêm um conselho dando palpite.

Ou seja, para uma verdadeira TV pública, entre outros fatores, no mínimo uma boa margem de independência e uma ampla participação da sociedade. Não me iludo com100%, mas quanto mais próximo deste número, mais pública ela será.

Pois bem, a EBC, que mantem a TV Brasil, tem um conselho atuante, como representantes de vários segmentos, inclusive do governo, mas sem este ser maioria. Na primeira gestão da temida jornalista Tereza Cruvinel, o embate era frequente e improdutivo, mostrando que o exercício do poder compartilhado não é fácil nem para quem tem tal discurso como cartão de visita.

Com Nelson Breve, o Conselho ganhou relevância e, recentemente, negociou alterações no Plano de Trabalho de 2013 apresentado pela diretoria. O plano foi, voltou, foi de novo. Vozes de alteraram, caras feias se fizeram, uns disseram do outro era bobo, feio, chato e implicante. Foi dolorido, mas quem disse que a democracia não doi? O que importa é que sugestões do Conselho - que tem tentado se descolar enquanto órgão independente embora tenha seus membros indicados pelo Executivo - foram debatidas e incorporadas quando pertinentes.

E, para ratificar, o conselho ainda disse, "bacama, aprovado, mas agendemos encontros para a prestação de contas, ok?"

Não é uma BBC, mas está valendo a experiência. Posso me decepcionar lá na frente, e não será a primeira vez. Mas há esperança. Os Estados não fariam mal em experimentar. E ajudaria parar de dizer que são o que não são, e buscar formar para tentar sê-lo.

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