"Memórias de um Sargento de Milícias" continua divertido e atual
É impressionante o quanto nossa literatura tem a nos mostrar, atualizar, descobrir, inovar, mesmo produzida há séculos atrás. Graças a Coleção Folha Clássicos da Literatura Luso-Brasileira estou encontrando velhos amigos e 'novo/as' companheiro/as literários. Hoje fica a dica do delicioso 'Memorias de um sargento de milícias', surpreendentemente atual (embora em alguns momentos em detrimento à nossa sociedade desigual e corrupta já presente nos tempos Del Rey). A maneira como o jornalista carioca Manuel Antônio de Almeida escreve - como quem conta um caso ali no boteco ou como crônicas sobre uma sociedade que, ao que parece, mudou pouco - não nos deixa largar sua narrativa, e nos catapulta numa máquina do tempo em pleno Rio de Janeiro quando ali vivia D. João VI. Se por um lado é triste ver ali as origens das mazelas sociais que continuam afligindo nosso país (sim, a milícia do título já era a falta da presença do Estado, onde o poder de polícia era exercido por personalidades e grupos que ser alvoravam como tal), por outro a um quê de otimismo no que as pessoas podem se tornar, mesmo que açoitados pelos acontecimentos do seu destino. Ah, e é tão bom ler algo que tem final feliz!! 'Memórias' pode ser achado em qualquer sebo ou mesmo em edições bem baratas, já que está em domínio público.
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