Dia dos Pais e a saída da adolescência
Quanto tive meu filho, pela primeira vez pensei em ter seguro de vida! Olhei pras minhas finanças com um olhar completamente diferente (bem mais preocupado, diga-se!). Ao olhar no espelho, o umbigo voltou para o seu lugar de origem, e só aquele sujeito com medo me encarava. Mas, por pouco tempo, porque ser pai não te dá muito tempo para se voltar para si mesmo (e isso é libertador, salvador, engrandecedor). Ou seja, a finitude te estapeia a cara e a certeza que, se tudo correr bem, em algum momento deixarei minha/meu filha/o ao relento, resquício do sentimento de que somos o centro do mundo, e finalmente nos mostra que não somos nem centro do mundo e nem imortais e, portanto, finalmente podemos deixar a adolescência.
(O problema é quando as crianças crescem e vemos uma oportunidade de voltar aos 16 anos e ensinamos pra/os filha/os que tudo de bom no mundo pode ser resumir aos melhores carrinho e casinha, a sempre ganhar todos os jogos, a separar mulheres e homens pelo arcaico machismo. Se eles tiverem sorte, é quando a mãe salva também o pai!).
Mas se a/o filha/o salva o pai, o que o pai faz pro filha/o? (antes de mais nada, dá apoio às mães e cumpre suas tarefas - não é favor, tá, pilantra! - porque o trabalho delas é infinitesimalmente maior que o seu) Daí, é ser modelo, referência, porto seguro, ser também inseguro, e pai nos limites e companheiro nos ajustes. Não é pouca coisa: mas dá mais prazer e orgulho do que dirigir, ganhar ou conquistar... se bem, que pensando bem, educar um filho é também um pouco de cada uma dessas coisas. Com a diferença que os resultados são mais tão tangíveis, mas nos olhos carinhosos que ela/es lhe dirigem ocasionalmente. Como nesses Dias dos Pais.
E no sujeito que se tornam!
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