Base Nacional Comum Curricular: oportunidade para parar de chorar
Eu periodicamente choro pela qualidade da nossa educação básica!
Na universidade, tenho compaixão com aqueles alunos que perderam os melhores anos de suas jovens vidas tentando decorar conteúdo que nunca vão usar durante sua existência.
Choro pelos professores, doidos para ajudar esses jovens, mas amarrados numa burocracia ignorante, num salário aviltante que rouba-lhe o tempo para se dedicar decentemente, num currículo sem sentido, sem esteio com a realidade do estudante, sem a afetividade e o sabor do conhecimento que tanto clamava Rubem Alves.
Pois bem! O país agora pode discutir essa mudança que é fundamental. É a Base Nacional Comum Curricular, que vou me abster de explicar para que você possa ver o video aí de cima, muito mais bonito, didático e esclarecedor.
Da minha parte, eu já vi que aquele aparelhinho que está em 98% dos lares brasileiros, que é a principal fonte de informação, de cultura, de educação, de entretenimento de milhões de brasileiros, é basicamente ignorada como o fenômeno cultural, linguístico, social que é. E as pessoas continuarão analfabetas de imagem, como disse Joan Ferrés, sem poder ler (no sentido amplo e social da palavra) sua principal fonte de informação: a TV e seus produtos audiovisuais (que agora se espalham por outras telas).
Na área de Linguagens, aparece duas vezes, no 2o. ano (crianças de 7/8 anos) para "utilizar recursos tecnológicos diversos para criar, com apoio de roteiros, simulações de programas de rádio e TV que tratem de temáticas próprias ao universo infantil" e no 6o. ano (crianças de 11/12 anos) para "compreender e produzir textos publicitários diversos, considerando o gênero (anúncio, classificado etc.) e o suporte (jornal, revista, TV, panfleto, outdoor, folder etc.)". Ou seja, a TV apenas em uma visão utilitarista.
Mas já é muito. Na área de Humanas, palavra "TV" sequer é mencionada!
Como pode-se perceber, "crítica", então, nem pensar. Aparece a palavra apenas uma vez, na área de Linguagens, no máximo para analisar música.
Foi uma passagem de olhos muito rápida, confesso, mas já deu para preocupar.
Bom, pretendo contribuir de alguma maneira. O prazo é apertado, dia 15 de dezembro, até onde sei.
Depois, volto a chorar!
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